Samba-enredo de Martinho da Vila é o escolhido para homenagear Noel Rosa

Vitor Costa -

Portão da quadra da escola

A GRES Vila Isabel escolheu seu samba-enredo para homenagear Noel Rosa em 2010. O vencedor foi o cantor e compositor Martinho da Vila, que após 17 anos volta a vencer na quadra onde se sente em casa. Muito emocionado, Martinho destacava a alegria de ter a sua composição embalando a homenagem a um dos maiores sambistas do Brasil. Sob a responsabilidade do carnavalesco Alex de Souza, o enredo é "Noel, a presença do poeta da Vila" e vai celebrar aquele que é considerado o cidadão mais identificado e ilustre de Vila Isabel, Noel Rosa, no ano de centenário de seu nascimento, em 2010.

Veja o vídeo do samba-enredo campeão na voz do intérprete Tinga:



Enredo: "Noel, a presença do poeta da Vila"

Compositor: Martinho da Vila

Se um dia na orgia me chamassem
Com saudades perguntassem
Por onde anda Noel?
Com toda minha fé responderia
Vaga na noite e no dia
Vive na terra e no céu
Seus sambas muito curti
Com a cabeça ao léu
Sua presença senti
No ar de Vila Isabel
Com o sedutor não bebi
Nem fui com ele ao bordel
Mas sei que está presente
Com a gente nesse laurel

Veio ao planeta com os auspícios de um cometa
Naquele ano da Revolta da Chibata
A sua vida foi de notas musicais
Seus lindos sambas animavam carnavais
Brincava em blocos com boêmios e mulatas
Subia morros sem preconceito sociais

Foi um grande chororô
Quando o gênio descansou
Todo o samba lamentou ô ô ô
Que enorme dissabor
Foi-se o nosso professor
A Lindaura soluçou
E a dama do cabaré não dançou
Fez a passagem pro espaço sideral
Mas está vivo neste nosso carnaval
Também presentes Cartola
E o Bando dos Tangarás
Lamartine, Ismael, Aracy e outros mais
E a fantasia que se usa
Pra sambar com o menestrel

Tem a energia da nossa Vila Isabel
Tem a energia da nossa Vila Isabel

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Blog Feitiço do Noel é entrevistado na Rádio MEC

Vitor Costa -

O blog Feitiço do Noel, representados pelo professor PC Guimarães e pelo aluno Vitor Costa, foi convidado no dia 29 de outubro de 2009 para participar ao vivo do programa “Almanaque Carioca” na Rádio MEC AM 800 Khz, apresentado de segunda a sexta por Amaury Santos, de 14h às 17h. A entrevista teve como objetivo divulgar o blog na emissora, que valoriza a autêntica cultura nacional, dando destaque para a riqueza e a profundidade das obras de Noel Rosa, o homenageado do nosso blog em virtude do centenário de seu nascimento em 2010. Foram abordadas histórias relacionadas a Noel Rosa, a Vila Isabel e adjacências de ontem e hoje e a famosa polêmica musical com Wilson Batista, que inclusive rendeu uma produção em áudio que já está no ar no blog e que teve um trecho apresentado ao vivo na rádio MEC.

E viva ao Feitiço do Noel!

Para conferir a entrevista na íntegra, clique no link abaixo:


Para ver o vídeo dos bastidores da entrevista, clique no link abaixo:


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Ivan Lins e o tributo ao Poeta da Vila

Patrícia Canuto -


Capa do CD "Viva Noel" volume 1

São inúmeros os artistas que regravaram as composições de Noel Rosa. Sendo sambista, cantor, compositor, instrumentista e um grande boêmio, Noel se consagrou como um dos maiores nomes da música brasileira. Esses atributos não passaram despercebidos a nomes como Chico Buarque, Caetano Veloso, Emílio Santiago, Nana Caymmi, Leila Pinheiro, Zeca Pagodinho, entre outros, que fizeram questão de dar nova cara à algumas das mais de 300 composições do poeta de Vila Isabel.

Um dos grandes admiradores da obra de Noel é Ivan Lins, compositor e pianista conhecido por sucessos como Madalena, “O Amor é o meu País” e “Aos Nossos Filhos”. Em 1997, lançou “Viva Noel – Tributo a Noel Rosa”, CD triplo que abrange as obras mais atemporais de Noel. Segundo o próprio Ivan, "o lançamento fora uma tentativa de tornar contemporânea a obra do artista", como comprovam as faixas "As Pastorinhas", "Onde Está a Honestidade?" e "Com que Roupa?", alguns dos destaques do material.

Assim como diversos músicos e compositores brasileiros, Ivan Lins cresceu ouvindo Noel Rosa e suas canções cedidas a intérpretes como Mário Reis e Aracy de Almeida. A homenagem a Noel ainda o enche de satisfação. E foi antes de começar um show, na Lona Cultural Gilberto Gil, no Rio de Janeiro, que Ivan Lins nos recebeu para comentar a relevância da obra de Noel na música popular brasileira e em sua vida.

Assista ao vídeo da entrevista:

Parte 1 - 6'14''



Parte 2 - 4'59''


Onde encontrar o box com os CDs:

http://www.submarino.com.br/produto/2/1979085/cd+ivan+lins:+canta+noel+rosa-+box+3+cds



Produção: Daniel Cunha e Felipe Ribeiro
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Caxias do Sul homenageia Noel

Natália Bittencourt -


O músico Fernando Aver caracteriza-se de Noel Rosa


O município no interior do estado do Rio Grande do Sul, cidade da uva e do vinho, foi buscar em Vila Isabel o samba de Noel Rosa.

A Série Grandes Nomes, programa realizado pela Secretaria da Cultura de Caxias do Sul - RS, no último dia 22, homenageou Noel Rosa em seu Centro Municipal de Cultura Dr. Henrique Ordovás Filho, com a exibição do filme "Noel, o poeta da vila" e com show da cantora Mirta Gómez, do músico Fernando Aver e convidados em tributo a Noel, sendo o show com entrada gratuita.

O programa tem como proposta "homenagear ao artista que contribuiu para o cenário cultural brasileiro", conta Felipe Esteves, assessor de comunicação do Centro. Realizado sempre na última quinta-feira do mês, passaram pela série nomes como Vila Lobos, Chico Buarque, Elis Regina e outros. Dessa vez Noel veio como marco de comemoração dos 8 anos de fundação do Centro de Cultura.

"A cantora Mirta Gomes nos procurou já com um trabalho ótimo sobre Noel Rosa e abraçamos a ideia. Em todas as edições contamos com artistas locais fazendo as apresentações", afirma Felipe.

Mirta Gómez, iniciou sua carreira aos 25 anos de idade, fazendo performances musicas e cênicas, teatro infantil e adulto, inclusive como roteirista. Desde 1998 é integrante do Coral Municipal de Caxias do Sul e é integrante fundadora do Trio Fina Flor.

A cantora Camila Deongo interpreta Noel no estilo 'anos 20'

O objetivo assumido pela diretora Maria Ines Érico de ampliar o público que frequenta o Centro mostrou na homenagem à Noel o interesse da comunidade, estavam presentes aproximadamente 220 pessoas em plena quinta-feira.

Mesmo com frio, uva e vinho, Noel sempre dá samba!


Cantoras e músicos voltam no tempo em tributo a Noel Rosa


Para conhecer mais sobre o Centro de Cultura acesse:
http://www.caxias.rs.gov.br/centrodecultura/





Músicos: Alison Witti, Daniel Balconi e Fernando Aver.
Cantoras: Ana Lia Branchi, Camila Dengo, Mirta Gomes e Nara Aguiar.

Foto: Felipe Esteves
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Nem todo Trash é lixo

Natália Bittencourt -

Compositor Paquito


Compositor baiano Paquito lança CD "Bossa Trash" em que canta suas composições inéditas juntamente com composiçõs conhecidas das decadas de 30 e 40 de outros artistas, incluindo Noel Rosa.


Leia mais sobre o compositor em:

http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4053444-EI6596,00-Compositor+Paquito+leva+show+Bossa+Trash+a+Sao+Paulo.html


Foto: Sora Maia/ Divulgação

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Noel Rosa x Wilson Batista: briga de sambistas grandes

Vitor Costa -
Noel Rosa e Wilson Batista

Geralmente associamos a palavra “briga” a algo negativo. Mas, nem sempre, uma briga é negativa ou gera maus frutos. Neste programa especial de rádio que produzimos, mergulhamos fundo no confronto musical ocorrido entre Noel Rosa e Wilson Batista, dois grandes sambistas e compositores da década de 30, que na época, por via musical, se atacaram por três anos e deixaram como herança para a cultura brasileira grandes sucessos como “Feitiço da Vila” e “Palpite Infeliz”.

Para saber mais como se deu este conflito, ouvir as músicas geradas no embate musical, além de uma verdadeira relíquia: uma entrevista com Wilson Batista feita por Almirante, compositor, radialista e parceiro de Noel Rosa no grupo “Bando de Tangarás”, clique nos links correspondentes.

Uma boa viagem musical a todos e viva ao feitiço do samba e de Noel!

Parte 1: Noel Rosa x Wilson Batista: O início da briga musical (Duração: 15’34’’)


Parte 2: Noel Rosa x Wilson Batista: O duelo se acirra (Duração: 16’46’’)


Parte 3: Almirante entrevista Wilson Batista – áudio original da época. (Duração: 12’32’’)

Programa especial sobre o conflito musical entre Noel Rosa e Wilson Batista

Apresentação e Produção: Vitor Costa

Co-apresentadores e produtores: Thamiris Travassos, Paulo Roberto, Marllus Batista, Janaína Nogueira e Fábio Augusto.

Colaboradores especiais: Luiz Carlos Lima e Bruno Mendes

Gravado nos estúdios da Oficina da Voz – Praia de Botafogo, 324.

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Noel na telona

Leo Martinez -




Cena do filme com Camila Pitanga como Ceci.

Nosso blog entrevistou com exclusividade o ator Rafael Raposo(foto), carioca da Cidade de Deus, que interpretou o cantor no longa "Noel, o poeta da Vila" de 2006, com direção de Ricardo Van Steen.

Foto de Rafael Raposo

Feitiço - Como foi a seleção para um papel tão importante e característico?

RR - Esse processo foi até engraçado. Na verdade eu nem fui chamado pro papel do Noel inicialmente, eles me procuraram pro papel do Almirante (que era um dos mais novos).Eles estavam procurando atores em musicais de teatro e eu estava em cartaz com o Menino Maluquinho do Ziraldo. Mas quando eu fui pesquisar referências pro papel eu vi o Noel e na hora liguei pra diretora de elenco porque eu vi que o papel "era meu".


Feitiço - E depois de ter sido selecionado, como foi a preparação pro papel?

RR - De início eu realmente não entendia o que fazia uma pessoa ficar até de manhã na rua bebendo e tocando. Essa sede de boêmia toda. Aí eu que era de um grupo de teatro experimental resolvi verificar in loco como era. Ficava até de manhã na Lapa e ia pra Vila Isabel pra porta da casa dele ver como era viver aquilo. Eu tinha um pouco de receio de errar na mão e não agradar aos estudiosos de Noel. Gente como o Carlos Didier e o João Máximo.. Conversei muito com eles porque eu sabia que se eles acreditassem no meu Noel as pessoas acreditariam.


Feitiço - E como foi o o processo das gravações?

RR - Os biógrafos me passaram também uma imagem muito útil de que o Noel era uma espécie de Chaplin brasileiro, um anti-herói com aquela coisa de herói vagabundo. Teve também uma coisa que me emocionou muito nas gravações foi quando um senhor negro (que era da figuração fixa do longa) me abraçou chorando e dizendo: Noel, Noel... Era o "Delegado da Mangueira" que na época era um dos moleques que ficava no morro atrás do Noel e do Cartola. Ele me disse ainda que o Cartola só deixava a molecada entrar na casa dele quando o Noel ia..Para ver os dois cantando.



Feitiço - E hoje? O que ficou do Noel em você?


RR- Além do reconhecimento do pessoal da Vila Isabel (Rafael já saiu como destaque em 2007 e 2008 e ano que vem fecha o desfile da Vila novamente), o povo do samba me tem muito carinho.. É como se fosse um outro Rafael, é Noel pra cá, Noel pra lá... A Beth Carvalho só me chama de Noel... Rsrs. Na verdade o papel ficou muito marcado e eu até já perdi papéis em cinema porque os diretores ainda vêem o Noel em mim. Mesmo assim não há arrependimento algum. Sei que o filme fica mas o Rafael continua... E ano que vem mesmo estréio meu segundo longa "É proibido Fumar" da Anna Muylaert, com a Glória Pires e o Paulo Miklos. Dessa vez nada a ver com música. Meu papel é de uma bichinha chata...rsrs.


Assista a cena do filme em que Wilson das Neves canta Ultimo desejo:





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O centenário, no palco.

Daniella Silva -

Para comemorar com chave de ouro o centenário de um dos mais nobres compositores da nossa música, há quem não meça esforços. O caso dessa personagem é assim: "por amor mesmo", como ela mesma diz. Com pouca renda e quase sem nenhum patrocínio, a CYa. Grita Absoluta está em cartaz com a peça Noel Rosa - o poeta, o músico, cronista de uma época.
A diretora, produtora, amante e faz-tudo Cybele Giannini(foto), a partir de 2006 começou uma trajetória diferente, inusitada e apaixonante. Com alguma influência de um professor nos anos 70 que cantarolava Noel em suas aulas, e após ter lido em 90 a sua biografia escrita por Carlos Didier e João Máximo, a entrevistada partiu para a escrita desse texto que tem encantado o público de São Paulo. Sim, porque no Rio – berço de Noel - onde a peça deveria estar em cartaz no próximo ano, a CYa. não tem condições de vir. O espetáculo além de emocionar, conta toda a história da vida do músico e aborda a origem de, pelo menos, 30 das músicas que ele compôs. Não é incrível? Para isso, Cybele conta com a força e boa vontade de toda a sua equipe e com a maravilhosa participação do grupo JB Samba. Essas e outras curiosidades sobre as dificuldades e o prazer de manter uma peça que exige tanto como essa homenagem, Cybele conta agora. Confira.

1 - De onde veio a inspiração para homenagear um compositor como Noel Rosa?

Tive, no cursinho pré-vestibular, nos anos 70, um professor que cantava em classe, e um dos compositores favoritos dele era o Noel. Dessa forma, conheci melhor a obra dele. Nos anos 90, comprei a biografia de Noel, do Carlos Didier e do João Máximo, que aí me mostraram o lado humano de Noel, o humor malandro, a intensidade de viver. Então, em 2006, decidi escrever esta peça e para isso comecei a ler e ver tudo que se referia a ele. Não é preciso dizer que fiquei mais apaixonada. Se eu o tivesse conhecido, certamente seria uma das inúmeras mulheres que caíram em sua lábia.

2- O Noel teve alguma influência na sua vida?

Sempre gostei muito da música dos anos 30, 40, 50, apesar de não se tratar da minha geração, mas da minha avó e da minha mãe, mas era só isso até eu escrever a peça. De 2006 para cá, eu "como" e "durmo" Noel Rosa. Para você ter idéia da importância desse projeto para mim, quando fomos convidados para, em 2007 (70 anos da morte dele), fazermos uma pré-estreia no Centro Cultural São Paulo, vendi meu carro para confeccionar figurinos e alugar microfones, etc. Desde lá, não parei mais. Esperei 2008 inteiro, mas foi só neste ano que conseguimos ficar 2 meses em cartaz no Sérgio Cardoso, mais 2 no Corinthians e agora vamos para o Avenida. Contamos com a Lei Rouanet para patrocínio, mas, como não somos conhecidos, ninguém quer dar-nos essa verba, que nos ajudaria muito, já que tudo é tirado do nosso bolso; quase nada entra. É amor mesmo.

3- Já fez trabalhos que envolviam grandes nomes como Nelson Rodrigues e Chico Buarque, fazer Noel Rosa é diferente?

Fazer Noel é muito diferente. Foi o melhor (e mais trabalhoso) espetáculo que já fizemos, em razão das músicas. Em Suburbano Coração, usávamos playback; agora, não. Temos de cantar direitinho acompanhados pela banda. Então fomos muito dedicados, porque, no elenco, o único cantor é o Glau Gurgel (foto), que faz o Noel. Todos os outros são atores que cantam. Mas tivemos de aprender para não desmerecer o nosso mestre.

4- A pesquisa para a elaboração da peça foi muito vasta. Você conheceu Vila Isabel ou teve contato com alguém do bairro que foi berço de Noel Rosa?

Eu fui a um bar na Vila Isabel há muitos anos, mas não cheguei a ver a estátua de Noel, nem a calçada (só por filme e fotos). Tenho muitos amigos no Rio, mas ninguém da Vila. Para elaborar esse roteiro, fiz uma pesquisa profunda em várias biografias (dele e de seus companheiros), filmes, CDs, etc.

5- Qual é a expectativa e a sensação de estender a temporada de um teatro para outro?

No Sérgio Cardoso, a temporada foi maravilhosa; no Corinthians, o público diminuiu um pouco em razão da distância e do desconhecimento de que no clube há um teatro. Agora, no Avenida Club, em Pinheiros, esperamos que lote de novo.
A sensação? É maravilhosa!

6- Em 2010 é o centenário do nosso homenageado. O que vocês esperam de público para esse ano e até quando a CYa. pretende ter a peça em cartaz?

Meus planos seriam continuar até dezembro de 2010, no aniversário de 100 anos, mas preciso conseguir patrocínio, porque a CYa. tem 12 atores e 7 músicos, fora os técnicos e assessores. Muitos não aguentam e desistem pela falta de cachê. Para bancar esse pessoal, é difícil. Mas há aqueles que estão desde o início da CYa. e outros muito bons que entraram que topam continuar mesmo com quase nenhum benefício (nosso pagamento é a divisão da bilheteria, depois de tirarmos os encargos).

7- Existe algum projeto da peça passar pelo Rio de Janeiro no próximo ano?

Pois é, o que eu mais queria era levar esta peça para o Rio, mas onde conseguir verba para isso? O projeto existe, sim, claro, mas, sem dinheiro, com o que temos de cenário e mobiliário seria inviável. Na semana passada, até fomos para Araras apresentar o espetáculo, mas foi uma loucura. Além de muito cansativo, porque os atores é que carregam e montam cenários, precisaríamos de dinheiro para pagar transporte de todo o material e do pessoal.


Fotos: ROGER SPOCK

Assista ao video da Companhia:

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Pelas ruas, Noel!

Livia Andrade -
Que Vila Isabel soa música não é novidade. Tanto que o bairro, que é um dos berços do samba e de Noel Rosa, tem uma belíssima obra de arte em suas principais ruas. Andando pela Boulevard 28 de Setembro, Largo Maracanã e Praça Barão de Drummond percebemos um diferencial, as pedras portuguesas no chão formam partituras de músicas da MPB. Em popularidade, a famosa calçada musical só perde para o calçadão de Copacabana, uma disputa à altura da importância do Rio de Janeiro no cenário internacional.

Músicas de compositores imortais estão expostas em Vila Isabel para decorar com o mais precioso da MPB, que sem dúvida é muito mais do que uma decoração, é uma homenagem cultural que sempre acrescenta um algo a mais em cada pessoa que a observa. Noel Rosa, Chiquinha Gonzaga, Lamartine Babo, Ary Barroso, entre outros ilustres, estão eternamente vivos nas ruas do bairro.

A idéia da calçada musical surgiu no 4º Centenário da Cidade do Rio de Janeiro, em 1964. O arquiteto Orlando Magdalena, membro do Lions Clube foi o idealizador, que teve o projeto aprovado pelo então governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda. O governador pediu para o Almirante (cantor, compositor, pesquisador e radialista) escolher os compositores e deixou claro que não poderia haver interferência política, mas Orlando tinha apenas uma exigência, que a música Feitiço da Vila, de Noel Rosa, fosse colocada na porta da Associação Atlética de Vila Isabel.

Músicas representadas nas praças e calçadas e seus autores:


Praça Maracanã
- Cidade maravilhosa (André Filho)

Calçadas Boulevard 28 de Setembro
- Abre Alas (Chiquinha Gonzaga)
- Pelo Telefone (Donga e Mauro de Almeida)
- Mal - me - quer (Cristovão de Alencar, Armando Reis e Newton Teixeira)
- Feitiço da Vila (Noel Rosa e Vadico)
- Ave-Maria (Erotildes Campos e Jonas Neves)
- Aquarela do Brasil (Ary Barroso)
- Jura (Sinhô )
- Carinhoso (Pixinguinha e João de Barro)
- Linda Flor (Henrique Vogeler e Luís Peixoto)
- A Conquista do Ar (Eduardo das Neves)
- Luar do Sertão (Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco)
- Chão de Estrelas (Orestes Barbosa e Sílvio Caldas)
- Linda Morena (Lamartine Babo)
- A Voz do Violão (Francisco Alves e Horácio Campos)
- Na Pavuna (Homero Dornellas e Almirante)
- Primavera do Rio, de João de Barro (Ernesto Nazareth)
- Apanhei-te Cavaquinho (Ernesto Nazareth)
- Florisbela (Nássara e Frazão)

Praça Barão de Drummond
- Renascer das cinzas (Martinho da Vila)



Colaboração:
Felippe Augusto
Gabriel Isidoro
Gabriella Zumpiatti
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Noel Rosa, a história da vila

Leonardo Falcão -

Nascido em Vila Isabel, o bairro que sempre amou, Noel Rosa mostrou pela primeira vez o poder de suas cordas vocais após um parto difícil. Para que a vida da criança fosse salva, os médicos usaram o fórceps para auxiliar o porto. No decorrer dos trabalhos, o queixo da criança acabou quebrando. E se tornou assim em uma das características físicas mais famosas daquele que viria a ser uns dos maiores sambistas do Brasil.

Introduzido a música por sua mãe, Marta de Medeiros Rosa, que lhe ensinou a tocar bandolim, Noel chamava a atenção de todos para si quando começava a tocar. Tempos depois, seu pai Manoel Rosa lhe ensinou violão. Noel que sempre foi muito boêmio adotou esse instrumento em suas apresentações, fosse para os alunos do colégio São Bento onde estudava ou nos bares.

O sambista conviveu com problemas de saúde desde a infância até o dia de sua morte. Repleta de preocupações, sua mãe não gostava que ele fosse a festas e voltasse tarde. Diz a lenda que ao perceber que Noel se aprontava para uma festa, Dona Marta escondeu todas as suas roupas. AO perceber que ficaria nú, ele indagou, “Com que roupa?”, que viria a ser o seu maior sucesso. Durante o carnaval de 1931 foram vendidos 15000 cópias com essa canção.

O sambista da Vila também compôs outras importantes canções. Algumas foram feitas para a dançarina Juraci Correia de Moraes, menina de 16 anos por quem se apaixonou e viveu um romance por alguns meses. Noel também escreveu sambas para Wilson Batista. Para este não foram versos de amor, muito pelo contrário. Em 1934, Noel e Wilson protagonizaram uma das brigas mais famosas da música popular brasileira. Wilson compôs o samba “Lenço no Pescoço”, e Noel escreve uma resposta, em forma de samba e lançou “Rapaz Folgado”. A partir de então foram sambas e sambas, de ambos os músicos, para se provocarem. A rixa só acabou quando Wilson resolveu escrever sobre os defeitos físicos de Noel, com a música “Frankstein da Vila”.

Sempre boêmio e frequentador da Lapa, Noel acabou adoecendo em 1935, pegou tuberculose. Doença essa que o matou no dia 4 de maio de 1937, em sua casa, no bairro que sempre amou, Vila Isabel. Por volta das 22 horas, Noel pediu que Hélio, seu irmão, o virasse para o outro lado da cama, pois não se sentia bem. Minutos depois, Noel Rosa faleceu.
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Noel Rosa

Noel Rosa foi um marco na música popular brasileira. Um dos responsáveis pelo samba moderno e por ter trazido o samba as rádios, além de aproximar o samba do morro com o asfalto. Suas letras são atuais até hoje, assim como os textos de Shakespeare, pois tratam de temas inerentes ao ser humano. Apesar disso, o cantor, compositor, bandolinista, violonista ainda é pouco conhecido pela grande maioria das pessoas. Mesmo tendo vivido apenas 26 anos, o suficiente para deixar seu nome entre os maiores do samba carioca, Noel deixou mais de 200 composições gravadas. Entre elas inúmeros clássicos indiscutíveis como "Palpite Infeliz", "Feitiço da Vila", "Conversa de Botequim", "Último Desejo", "Silêncio de um Minuto", "Pastorinhas" e "Com Que Roupa?". Em 2010, se estivesse vivo, Noel Rosa completaria 100 anos. Para comemorar esta data decidimos fazer este blog em sua homenagem.
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